Ano novo chinês

Dia de folga sozinho, vou levar a Nivia ao trabalho e aproveito para dar uma saltada á Chinatown porque é a comemoração do ano novo chinês. Chego lá por volta da uma da tarde e as comemorações principais já devem ter acabado, mas ainda está tudo maluco. Por todo o lado chinesas vendem umas cenas de papel que parecem aquelas sombrinhas que se põe nas taças de gelado. Ando um bocado por ali, sigo o som dos tambores e chego a uma rua lotada onde está a decorrer um estranho ritual: um grupo de chineses vestidos de dragões tocam tambores e um deles,a cabeça do dragão, pára em frente a um estabelecimento chines e começa a dançar, ou qualquer coisa parecida. No cimo da porta do estabelecimento está pendurada uma alface, o chinês-cabeça de dragão arranca a alface com a boca e depois de umas danças cospe-a para dentro do estabelecimento, continuam a dança até o próximo estabelecimento, onde se volta a repetir a mesma acção... Atrás deles dezenas de turistas e curiosos, sobretudo japoneses (lol) tiram fotografias, a policia inglesa acompanha tudo para impedir desacatos. A coisa até é engraçada mas não deixa de ser repetitiva, já farto daquilo decido ir-me embora, ao virar da esquina encontro outro grupo a fazer o mesmo e a policia não me deixa avançar, lá assisto mais uma vez ao ritual até me conseguir escapar...
Mais á frente ainda encontro outro grupo mas consigo seguir em frente. Ainda gostava de saber o significado daquilo, deve ser uma espécie de bênção.

Depois do Grupo Coral de Paio Pires e dos Alentejanos unidos da Reboleira, a diáspora Alentejana ultrapassa fronteiras e afirma-se indubitavelmente um pouco por todo o mundo...

O managem

Já aqui vos falei dele,mas acho que o personagem é merecedor de uma abordagem mais profunda. O manager do Casa.
Franciu de familias nobres, com o seu anel de brazão é mesmo uma espécie de patrão do The Office, sempre a apelar pelo profissionalismo, sempre com piadas estúpidas e muito stressado. De vez em quanto começa a fazer uma estranha dança sozinho, ontem estava-me a ajudar a limpar copos e começou a agitar as ancas freneticamente ao som da musica e a olhar fixamente para mim... Medo! Minutos a seguir é capaz de desatar aos berros por qualquer coisa...
Tá-se sempre a gabar de tudo e mais alguma coisa, enfim... Acaba por ser o cromo que é gozado or todos nós, e é melhor ficar por aqui não vá o gajo ler isto!

Camadas de magma em cima de camada de magma

O video já tem um ano mas só agora o descobri..
Se ainda não o conhecem não percam... Principalmente na parte final, onde podemos ver o profeta a usar o corpo como um telemóvel

Em homenagem ao meu telemóvel desaparecido, as derradeiras fotos tiradas por ele, Sony Ericson de má qualidade mas que testemunhou fielmente a nossa viagem até então...
Amén

George Tavern - Shadwell

Há dias apeteceu-me uma cervejita e entrei num pub que há partida parecia igual a todos os outros, e quando entrei descobri, finalmente, o sitio de Londres mais parecido com o Valinho, o café da minha aldeia.. Tinha pouca luz, estava completamente velho e dessarumado, os gajos estavam a arrumar a sala e pediram-me para ir para a esplanada. A esplanada é um espectáculo, entre outras coisas tem um carro e cartazes velhos dos Blondie...

Canary Wharf - Crossharbour

No arrebaldes do Tamisa, há uma zona financeira chamada Canary Warf, colada a essa zona está Crossharbour, um dormitório dominado por estrangeirada e velhinhas inglesas, numa das ruas de Crossharbour, chamada Manchester Road, está um prédio chamado Pinnace House, e nesse prédio, no flat 22, estou eu agarrado ao computador

London Eye no lusco-fusco

Mercado de BrickLane

Vassil e Dália


Casa del Habano

Ó Lampião da esquina

O desabafo de ontem foi carregado de sentimento e até de algum exagero, deixei-me levar pelos dedos impetuosos de descarregavam ofensa aos londrinos no desgraçado do teclado que não tinha culpa nenhuma.
Falando de coisas práticas, a Nivia arranjou outro trabalho como runner num Restaurante em Leicester Square, perto do meu trabalho. Antes disso, enquanto ainda estava na agência de catering serviu o Gandalf do Senhor dos Anéis, á pois é... Esta será porventura a minha unica incursão no meio audiovisual inglês!
Parece-nos complicado arranjar bules em museus ou assim, nunca precisam de ninguem, a crise e tal...Enquanto isso andamos a ver se poupamos algum.
Tive um grande desgosto que foi o extravio do meu telemóvel portugues, com o qual tirava fotos. Aliciado pelo Rodrigo comprei 2 lomos no E-Bay, uma tira 3 fotos numa só e custou 5 LIbras, a outra é uma antiguidade da União Soviética que tem manhas para tirar fotos... Já fiu revelá-las mas ainda não as tenho. Ir ao fotografo com o rolo lembra-me a infancia, e a espera pelo resultado tem a sua piada. Depis posto aqui algumas, agora vou trabalhar.
Abraços

Um pouco de fel...

Já passaram 3 meses desde que cá chegámos e já conheci o suficiente para puder dizer que não queria cá viver por muito tempo.
O tempo cinzentão é um grande contra, mas acho que a isso acabaria por me habituar. O que mais me desagrada é superficialidade que domina Londres. Vivemos num mundo consumista e obcecado com a beleza e a juventude, mas aqui sente-se mais! Toda a gente é "posh", usa roupas fashion, frequenta um bar "cosy", tens que conhecer sitio x, gostar de y, consumir w e por ai a fora. Mais do que em Lisboa, a vaidade cega as pessoas, a ânsia de ser e parecer cool torna toda a gente um bocado plástica. É fácil conhecer pessoas, de uma maneira geral todos são "friendly", isto porque todos querem conhecer ou dar-se a conhecer para colmatar a solidão da grande cidade, sim senhor... mas depois é difícil passar da mais superficial conversa, sobre cabeleireiros, ginásio, coisas fixes... E ninguém , ou poucos, se preocupam ou interessam por mais do que isso.
Claro que há outras formas de estar na vida e os chamados nichos culturais,(a cultura aqui até me parece ser encarada de forma menos pseudo e mais despretensiosa do que em Portugal), e como há muita, muita, muita gente todas as sub-culturas têm alguma expressão. No entanto, o habitante de Londres de forma geral é mais estúpido do que em Portugal, parece que todo este frenesim lhe entorpece o cérebro, só querem Big Brothers, tabloides, bebedeiras de cair (e eu não sou nada pudico nesta matéria)...
A multiculturalidade é um facto e acho que é bastante enriquecedor para uma cidade, mas é pena que as últimas gerações de indianas, chinesas e búlgaras queiram todas ser como a Victoria Beckman. Têm os museus mais antigos do mundo, cinemas e lojas de vynis que nunca mais acabam, por além de uma o infinidade de outras coisas, mas o que todos querem é vestir-se como uma pop star.
Eu com tudo isto fico contente por ainda não andar com o penteado do Beckam e não andar a roubar para comer no restaurante mais "ó my god" no Soho.

Mariana Campaniça

Uma pessoa está no estrangeiro e encontra estas pérolas no Youtube, digam lá que a net não é uma maravilha