Parte 2 – a segunda
Refugiu-me outra vez no velho jardim perto da cruz, o sol está a desaparecer e está cada vez mais frio, jogo a mão ao bolso e acabo com a garrafa enquanto a noite se instala. Fico mais aconchegado e acabo por adormecer... Acordo com um sino e já é dia outra vez, doi-me a cabeça e a dor ainda é mais violenta. Sinto-me observado, viro-me e vejo um koala, mesmo perto de mim. Tem um olhos grandes e ternurentos, apresenta-se, chama-se Kitty e está aqui para me ajudar. Pergunto-lhe se é do meu pais, uma vez que fala a minha lingua, ela diz-me que fala todas as linguas e que vai a todo o lado ajudar quem precisa. Ó minha doce Kitty só de ter-te por perto já me sinto mais descansado. Começo a fazer-lhes festinhas, apercebo-me que ela é femea e eu sou macho, pergunto-lhe se haverá um clima entre nós? Ela ri-se e explica-me que os homens só acasalam com as mulheres, que existem diferentes machos e femeas de diversas especies e que eles não se cruzam entre si, seria uma aberração acrescenta. Começamos então a especular acerca de quem me estará por detrás de toda esta tramoia, ela não tem certezas mas lança-me algumas hipoteses, a chave de tudo pode ser a velha e é extremamente necessário que a eliminemos. A minha mulher surge novamente, Kitty confirma-me que é uma mera alucinação e que o melhor é correr, seguro Kitty nos braços e começo a corrida, a alucinação da minha mulher corre atrás de nós mas Kitty não permite que páre, ordena-me que corra até que a alucinação desista de nos perseguir. Farto-me de andar e volto a falar com a Kitty, ela diz que algures existem outros e que os outros querem fazer-me mal, que devem estar ligados á velhota e que tenho que a eliminar, recordo-lhe que já mo tinha dito e a galhofar chamo-a de repetitiva, ela não aprecia a observação, diz-me que se repete quando quiser e abre muito os olhos, deixando claro que ela é que manda nesta parceria. Começo a sentir sede, a Kitty está a perder nitidez, já não tenho liquido, a Kitty continua a perder a cor, ela ordena-me que arranje mais liquido, sugere a mercearia que está ali ao fundo. Escondida na minha camisola Kitty dá-me as coordenadas para executar a missão, entro na loja, vejo uma velhinha na caixa-registadora e começo a panicar, mas a Kitty ajuda-me a manter a calma, dirijo-me á área de bebidas e passo por vários velhinhas nas diferentes secções. Elas olham para mim mas não me dão importancia desta vez, estão concentradas nas compras. Roubo a garrafa e consigo transporta-la clandestinamente até ao exterior, abro-a e dou valentes goladas, Kiitty recupera rapidamente a cor, ficando até com uma vivacidade superior. Diz-me então que temos que ir até á casa da velha e conhecer melhor o seu habitat. Sigo então uma delas na rua, tento não ser visto, até que sinto uma suave palmada nas costas, lá está a velha a oferecer-me bolos, sorrio dissimuladamente e ela leva-me até sua casa, Agora já percebo tudo o que as pessoas dizem porque a Kitty diz-me. A kitty veiu resolver-me muitos problemas, traduz-me telepaticamente o que as pessoas dizem e faz com que a minha conversa saia em francês, sim disse-me também que este país onde estamos é a França. Incrivel. Estamos portanto sentados no sofá da velha, finjo que mastigo os bolos mas guardo-os no bolso para posterior análise, ela fala do tempo e de coisas vagas. A Kitty sorrateira inspecciona a casa, chama-me á atenção para a cozinha, cheia de tubos de ensaio e maquinaria estranha, parece um laboratório. Lá me despeço da velha e saio. A Kitty acha que ela se anda a auto-clonar e que talvez queira dominar o mundo. É bom poder contar com a inteligencia desta koala. Bem, isso não explica o que aqui estou a fazer mas pelo menos já tenho uma missão: travar os planos mirabolantes do exercitos das velhas.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
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